Iniciado em 2005, antes da candidatura de Londres para os Jogos Olímpicos, passando por modificações e concluído em 2011 para as Olímpiadas de 2012, o projeto tem concepção estrutural da Arup, uma das maiores empresas de projeto estrutural do mundo, aquela mesma na qual Cecil Balmond, o multi-arquiteto-engenheiro-matemático-músico-etc, tão comentado já nas aulas da disciplina, foi CEO por muito tempo.
Com área construída de 36875m2, o projeto de Zaha Hadid foi concebido sob o conceito inspirado pela “geometria fluida da água em movimento, criando espaços e um ambiente envolvente em harmonia com a paisagem do rio do Parque Olímpico. Uma cobertura ondulada surge do chão como uma onda, abrangendo as piscinas do Centro com o seu gesto unificador”.
Desta forma, a “onda” de Hadid – que surge no extremo sul do lote, ergue-se dramaticamente em uma curva suave e inclina-se novamente para baixo ao norte com abas para cima nas bordas, de leste a oeste – é composta por uma estrutura metálica de 11000m2, formada por treliças planas , que vence um grande vão de 160m de comprimento e 90m de largura fabricada pela Rowecord de Newport e coberta pelo sistema de alumínio da Kalzip.
A geometria complexa do projeto, que contempla a cobertura, foi concebida, de forma multidisciplinar, com o extensivo uso do artíficio da modelagem 3D. Apesar da complexidade formal, o projeto é solucionado por um convencional sistema de treliças planas. Isto acontece de vez em quando, quando a díade arquitetura-engenharia, representada por expoentes de suas áreas com alta tecnologia a seu dispor, se encontram e transcendem forma complexa através de aparente “simplicidade”. Assim, dez peças de treliças planas (3) vencem o grande vão norte-sul. Nas laterais, treliças posicionadas como arcos inclinados amarrados elevam a cobertura como duas asas (6) que cobrem as arquibancadas temporárias. Completando o sistema, duas treliças menores, uma em cada extremo, norte e ao sul, fecham o perímetro. Todo o sistema é suportado por apenas 3 apoios: uma parede ao sul (1) e dois pilares de concreto ao norte (2) como também mostra a foto na sequencia na fase da execução, liberando assim toda a área interna para o posicionamento das piscinas de mergulho (4) e de competição (5). (Veja os modelos estruturais esquemáticos na seqüência de imagens abaixo)
O concreto é amplamente utilizado também em todo o projeto, tanto na estrutura como na fachada da edficação, e segue o conceito de sustentabilidade adotado em todo o projeto – como a redução no uso de energia elétrica, consumo de água e produtos químicos – tendo também impacto reduzido com a utilização de agregados secundários e material alternativo ao cimento.
Acima: modelagem 3D, 3D do modo convencional de implantação e modo olímpico com as arquibancadas provisórias; Abaixo: modelos estruturais esquemáticos;
Acima: Fase de construção – o sistema de treliças suportados pelos apoios de concreto; Abaixo: detalhe da montagem das treliças e fotos internas, contemplando as piscinas;
Veja dois pequenos vídeos sobre este projeto:
TRELIÇA PLANA : LONDON AQUATIC CENTRE : ESQUEMA ESTRUTURAL
TRELIÇAS PLANAS : LONDON AQUATIC CENTRE : TIME LAPSE
Imagens: Zaha Hadid Architects e ARUP;
Zaha Hadid Architects: http://www.zaha-hadid.com ; ARUP: http://www.arup.com ; Rowecord: http://www.rowecord.com ; Kalzip: http://www.kalzip.com ;